Os tipos de amor - Gurdjieff fala aos seus alunos. Pagina 241

22/07/2018 13:09

Prieuré, 24 de maio de 1923
 
Há duas espécies de amor. Um é o amor escravo. O outro deve ser adquirido pelo Trabalho.
O primeiro não tem valor algum; só o segundo, o amor que é fruto de um Trabalho, tem valor. È o amor de que todas as religiões falam.
Se você amar, quando “isso” ama, esse amor não depende de você e não haverá nenhum mérito nisso. È o que chamamos de amor escravo. Você ama até quando não deveria amar. As circunstancias fazem-no amar mecanicamente.  
O verdadeiro amor é o amor cristão, religioso; ninguém nasceu com esse amor. Para conhecer esse amor, você deve trabalhar.  Algumas pessoas sabem disso desde a infância; outras só o compreendem numa idade bem avançada. Se alguém conhece o amor verdadeiro, é porque o adquiriu ao longo da vida. Mas é muito difícil aprender isso. È impossível começar a aprende-lo diretamente com as pessoas. O outro sempre nos toca vivamente, põe-nos em guarda e nos dá pouquíssimas chances de tentar.
O amor pode ser de diferentes espécies. Para compreender de que tipo de amor falamos, é necessário defini-lo.
Neste momento, falamos do amor para a vida. Em toda parte onde haja vida,  a começar pelas plantas e animais, numa palavra, em toda a parte onde existe a vida, há amor. Cada vida é uma representação de Deus. Quem puder ver a representação, verá Aquele que é representado. Cada vida é sensível ao amor. Mesmo as coisas inanimadas, como as flores, que não tem consciência, compreendem se você as ama ou não. Até a vida inconsciente reage de uma maneira diferente diante de cada homem e faz eco as suas reações.
O que você semeia, você colhe; e não apenas no sentido de que se você semeia trigo colherá trigo.  A questão é como você semeia. O trigo pode tornar-se literalmente palha. Na mesma terra pessoas diferentes podem semear as mesmas sementes e os resultados serão diferentes. Mas estas são apenas sementes. O homem é certamente mais sensível ao que é semeado nele. Os animais também são muito sensíveis, embora menos do que o homem. Por exemplo, X tinha sido encarregado de cuidar dos animais.  Vários deles adoeceram e morreram, as galinhas punham cada vez menos, e assim por diante. Mesmo uma vaca dará menos leite, se você não gostar dela. A diferença é realmente espantosa.
O homem é mais sensível do que uma vaca, mas de modo inconsciente. E se você experimentar antipatia ou ódio por uma pessoa, será apenas porque alguém semeou algo de mau em você.
Aquele que deseja aprender a amar o próximo deve começar tentando amar as plantas e os animais. Quem não ama a vida não ama a Deus. Começar tentando logo amar um homem é impossível , porque esse homem é como você, e, em resposta o atacará. Um animal, no entanto, é mudo e se resignará tristemente. Eis porque é mais fácil se exercitar primeiro com os animais.
Para um homem que Trabalha sobre si mesmo é muito importante compreender que só se pode operar uma mudança nele se ele mudar de atitude em relação ao mundo exterior.
Geralmente você não sabe o que deve ser amado e o que não deve ser amado, porque tudo isso é relativo; em você, uma só e mesma coisa vai se amada  e não amada, enquanto objetivamente há coisas que devemos amar ou não amar. Daí porque, praticamente, é preferível deixar de pensar no que você quer chamar de “bom” e “mau” e só agir quando tiver aprendido a escolher por si mesmo.
Agora, se você quiser Trabalhar sobre si mesmo, deve desenvolver em si diferentes espécies de atitudes. Não comece pelas coisas grandes, que são inegavelmente reconhecidas como más; exercite-se deste modo: se amar uma rosa, tente não ama-la; e se não a amar, tente amá-la. È melhor começas com o mundo das plantas. A partir de amanhã, tente olhar as plantas como nunca as olhou ainda. Cada um de nós é atraído por certas plantas e não por outras. Talvez ainda não tenhamos notado isso.  Você deve olhar primeiro a planta, depois troca-la por outra, observa e tentar compreender porque existe essa atração ou aversão. Estou certo de que cada pessoa experimenta ou sente alguma coisa.  È um processo que se passa no subconsciente e a mente não vê. Se você começar, no entanto, a olhar coincidentemente, verá muitas coisas., descobrirá muitas “Américas”. As plantas, como os homens, tem relação entre si e há também relação entre as planas e os homens, mas de vez em quando elas mudam. Todas as coisas vivas estão ligadas umas às outras. Isso se aplica a tudo que vive. Todas as coisas dependem uma das outras.
As plantas agem sobre os humores do homem e o humor deste age sobre o humor da planta. Durante toda nossa vida faremos a experiência disso. Até mesmo as flores em vasos viverão ou morrerão em função de nossos humores.
 
Gurdjieff fala aos seus alunos. Pagina 241 – Editora Pensamento.
 
 

Os tipos de amor - Gurdjieff fala aos seus alunos. Pagina 241

 

O amor é um só e o que o homem ousa chamar de amor pode ser classificado e particionado para melhor entendermos o assunto.

Há duas espécies de amor. Um é o amor escravo. O outro deve ser adquirido pelo Trabalho. O primeiro não tem valor algum; só o segundo, o amor que é fruto de um Trabalho, tem valor. É o amor de que todas as religiões falam. Se você amar, quando “isso” ama, esse amor não depende de você e não haverá nenhum mérito nisso. É o que chamamos de amor escravo. Você ama até quando não deveria amar. As circunstancias fazem-no amar mecanicamente.

O verdadeiro amor é o amor cristão, religioso; ninguém nasceu com esse amor. Para conhecer esse amor, você deve Trabalhar.  Algumas pessoas sabem disso desde a infância; outras só o compreendem numa idade bem avançada. Se alguém conhece o amor verdadeiro, é porque o adquiriu ao longo da vida. Mas é muito difícil aprender isso. É impossível começar a aprendê-lo diretamente com as pessoas. O outro sempre nos toca vivamente, põe-nos em guarda e nos dá pouquíssimas chances de tentar.

O amor pode ser de diferentes espécies. Para compreender de que tipo de amor falar é necessário defini-lo. Neste momento, falamos do amor para a vida. Em toda parte onde haja vida, a começar pelas plantas e animais, numa palavra, em toda a parte onde existe a vida, há amor. Cada vida é uma representação de Deus. Quem puder ver a representação, verá Aquele que é representado. Cada vida é sensível ao amor. Mesmo as coisas inanimadas, como as flores, que não tem consciência, compreendem se você as ama ou não. Até a vida inconsciente reage de uma maneira diferente diante de cada homem e faz eco as suas reações.

O que você semeia, você colhe; e não apenas no sentido de que se você semeia trigo colherá trigo.  A questão é como você semeia. O trigo pode tornar-se literalmente palha. Na mesma terra pessoas diferentes podem semear as mesmas sementes e os resultados serão diferentes. Mas estas são apenas sementes. O homem é certamente mais sensível ao que é semeado nele. Os animais também são muito sensíveis, embora menos do que o homem. Por exemplo, X tinha sido encarregado de cuidar dos animais.  Vários deles adoeceram e morreram, as galinhas punham cada vez menos, e assim por diante. Mesmo uma vaca dará menos leite, se você não gostar dela. A diferença é realmente espantosa.

O homem é mais sensível do que uma vaca, mas de modo inconsciente. E se você experimentar antipatia ou ódio por uma pessoa será apenas porque alguém semeou algo de mal em você. Aquele que deseja aprender a amar o próximo deve começar tentando amar as plantas e os animais. Quem não ama a vida não ama a Deus. Começar tentando logo amar um homem é impossível, porque esse homem é como você, e, em resposta o atacará. Um animal, no entanto, é mudo e se resignará tristemente. Eis porque é mais fácil se exercitar primeiro com os animais.

Para um homem que Trabalha sobre si mesmo é muito importante compreender que só se pode operar uma mudança nele se ele mudar de atitude em relação ao mundo exterior. Geralmente você não sabe o que deve ser amado e o que não deve ser amado, porque tudo isso é relativo; em você, uma só e mesma coisa vai ser amada  e não amada, enquanto objetivamente há coisas que devemos amar ou não amar. Daí porque, praticamente, é preferível deixar de pensar no que você quer chamar de “bom” e “mau” e só agir quando tiver aprendido a escolher por si mesmo.

Agora, se você quiser Trabalhar sobre si mesmo, deve desenvolver em si diferentes espécies de atitudes. Não comece pelas coisas grandes, que são inegavelmente reconhecidas como más; exercite-se deste modo: se amar uma rosa, tente não ama-la; e se não a amar, tente amá-la. É melhor começar com o mundo das plantas. A partir de amanhã, tente olhar as plantas como nunca as olhou ainda. Cada um de nós é atraído por certas plantas e não por outras. Talvez ainda não tenhamos notado isso.  Você deve olhar primeiro a planta, depois troca-la por outra, observa e tentar compreender porque existe essa atração ou aversão. Estou certo de que cada pessoa experimenta ou sente alguma coisa. É um processo que se passa no subconsciente e a mente não vê. Se você começar, no entanto, a olhar conscientemente, verá muitas coisas, descobrirá muitas “Américas”. As plantas, como os homens, tem relação entre si e há também relação entre as planas e os homens, mas de vez em quando elas mudam. Todas as coisas vivas estão ligadas umas às outras. Isso se aplica a tudo que vive. Todas as coisas dependem uma das outras. As plantas agem sobre os humores do homem e o humor deste age sobre o humor da planta. Durante toda nossa vida faremos a experiência disso. Até mesmo as flores em vasos viverão ou morrerão em função de nossos humores.

 

Gurdjieff fala aos seus alunos. Pagina 241 – Editora Pensamento.

 

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